segunda-feira, 31 de maio de 2010

Rodada de 29 e Maio de 2010












CENAS DE UMA TARDE DE BOTÃO



O campeonato de botão do Maria Bonita não se inicia apenas na tarde de sábado por volta das 14:30 horas! Cada edição começa desde a publicação dos fatos da rodada anterior no blog, a atualização do ranking e as impagáveis gozações com os atletas menos afortunados da etapa.

Assim, em nome dessa seqüência de eventos que antecedem e permeiam o maior campeonato de botão de todos os tempos, peço licença para apresentar algumas cenas ocorridas ao longo desta semana e no dia do próprio torneio:



CENA 1 – PREOCUPAÇÃO

Segunda-feira de manhã. Djan Peruca acorda já maquinando a desculpa amarela que vai apresentar para os competidores de modo a justificar mais uma ausência do campeonato. É, os tempos estão difíceis e as cinco cervejinhas phonais cada vez mais caras ...



CENA 2 – PRETEXTO

Quarta-feira à tarde. As preocupações de Djan Peruca são as mesmas de muitos outros competidores. É o peso da carga phonal! Magá Collorido, após algumas razoáveis participações no torneio, mostra-se temeroso e já encaminha via blog a desculpa para o seu não comparecimento ao evento botonístico: vai ao jogo-estelionato do Frutaleza x Meia-Boca Juniors! Uma justificativa esfarrapada dessas nem o Djan Peruca apresentava ...



CENA 3 – TEMOR

Sexta-feira à noite. Bar Maria Bonita. Régis Capibaribe comunica ao operário do botão Edson Guevara que o núcleo Caverniano do campeonato, além do próprio Régis, Dadal e Barrão, também não comparecerá ao torneio, pois vão tocar no sábado à noite. Essas pálidas escusas não estão mais colando, amigos ... É medo! Muito medo!



CENA 4 – DESESPERO

Sábado pela manhã. Novamente o bar Maria Bonita. O operário Edson Guevara disca freneticamente o número do celular de Joaquim Ader..., ops, Albuquerque, e ao ser atendido, pergunta pelo personal phona mais querido dos últimos tempos, o Tadeu. Joaquim informa que Tadeu viajou para São Paulo e não participará do campeonato daquela tarde. Edson Guevara desliga o telefone aterrorizado!



CENA 5 – FARSA

Continuando no sábado pela manhã. Ainda no bar Maria Bonita. Edson Guevara acaba de desligar o telefone após a ligação com Joaquim Ader..., ops. Albuquerque. O garçom Pé-de-Pano nota a aflição do patrão e pergunta se o mesmo está bem, pois a palidez e o tremor das mãos são evidentes. “Mãos”, pensa o operário, e seguindo nesse raciocínio “sem as mãos eu não posso jogar botão e consequentemente não serei o phona de hoje”! Ainda com as mãos trêmulas o operário agarra o telefone e disca o número da Pharma Phona, a farmácia plantonista mais próxima. O atendente dá o tradicional “bom dia” e logo reconhece a voz de um dos maiores clientes do outro lado da linha. “Oi, seu Edson, tudo bem”? Edson Guevara imediatamente encomenda 10 rolos de esparadrapo cirúrgico e 35 rolos de gaze higiênica. O atendente assusta-se, pergunta se alguém foi submetido a alguma operação recente, mas o operário confirma o pedido e pede troco para R$ 100,00 ...



CENA 6 – ANSIEDADE

Sábado por volta do meio-dia! O tradicional almoço do bar Maria Bonita já está servido, alguns clientes já em refeição e nada da entrega da Pharma Phona. Finalmente o “bi-bi’ da moto da farmácia. Edson Guevara, o ateu marxista, dá graças a Deus, manda o garçom Cabeleira pegar o pacote e tão logo o recebe corre para os fundos do bar, agarrando um vidro de ketchup na passagem. O operário do botão tranca-se no almoxarifado e se prepara para simular um curativo na mão, o qual espera que o livre da participação no campeonato daquela tarde. Começa a enfaixar o dedo indicador da mão esquerda, mas percebe que os demais competidores podem não aceitar a desculpa, afinal Edson Guevara é destro! Imediatamente lambrega o polegar direito com ketchup, enrola com um chumaço de gaze e canhestramente tenta passar o esparadrapo ao redor daquele simulacro de curativo. Pronto, terminado e nem mesmo a aparência de uma batata albina pode desvirtuar a idéia de uma grande lesão naquele dedo. O operário sorri ...



CENA 7 – TEATRO

Maria Bonita, 13:30 horas. Vão chegando Eduardo de Castro, Gustavim Hqopihawdljbnsy, Radesh, Joaquim Ader..., ops, Albuquerque e para cada um deles Edson Guevara apresenta seu curativo mal feito e conta a esfarrapada história de perder a cabeça do dedo e parte da unha numa máquina de cortar chifre ... E ainda insulta dizendo que só não vai jogar por que seria muito humilhante para os demais ele ser campeão só com a mão esquerda! And the Oscar goes to ...



CENA 8 – CAUTELA

Maria Bonita, 14:30 horas. Apenas sete competidores presente ao campeonato! Realizada a chamada, a dura constatação: só vieram os “feras”! Hemídio, Eduardo de Castro, Radesh, Joaquim, Joaquinho, Ronaldo Malla e Gustavim! Todos se entreolham de soslaio e imaginam que a possibilidade de um insucesso fatalmente os remeterá à lama phonal ... Definida a modalidade de competição: pontos corridos em dois turnos! E começa o torneio!



CENA 9 – ALÍVIO

Maria Bonita, por voltas das 16:30 horas. Eduardo de Castro termina o primeiro turno na última posição e dá graças a Deus por ainda ter o segundo turno para se recuperar e poder manter a máxima de que “jamais pisei na lama phonal”! Ufa!



CENA 10 – FÚRIA

Maria Bonita, 18:17 horas. Hemídio dá um chute a gol contra Joaquinho e erra bisonhamente, sequer atingindo o dadinho! O botão de Hemídio choca-se contra a tabela e como não atingiu o dadinho (a regra é clara!), deveria o mesmo ter sido colocado por Joaquinho onde bem lhe aprouvesse. Joaquinho não tomou qualquer atitude contra o botão de Hemídio e seguiu o lance, errando após três ou quatro toques. E ocorre o lance polêmico: Hemídio utiliza-se do botão que deveria ter sido afastado por Joaquinho e provoca um lateral, o qual ao ser cobrado resulta em gol para o Ceará-rá-rá-rá! Joaquinho dá o maior chilique e ao ver que não logrará sucesso na anulação do tento, com um beiço maior do que o do Mussum, retira seu time de campo! Ao fundo, o coro musical de Eduardo de Castro, Radesh e Malla: “Parabéns, pegou ar! Parabéns, pegou ar!”



CENA 11 – COMEMORAÇÃO

Maria Bonita, às 19:15 horas. O abandono de Joaquinho dos gramados implicou no tradicional W x O a favor de Hemídio, sendo computada sua vitória por 1 x 0. Quando o jogo foi interrompido, o placar era de 2 x 2, resultado que deixava Eduardo de Castro como campeão do segundo turno. A atitude de Joaquinho vitimou as pretensões de mais um título para Eduardo de Castro e mandou Hemídio à final do torneio contra o Dark Side Of The Moon do Ronaldo Malla. Hemídio venceu por 2 x 0 e sagrou-se hexa- campeão da competição.



CENA FINAL – DESOLAÇÃO

Maria Bonita, por volta das 19:30 horas. Edson Guevara comemora o sucesso de seu blefe e a economia de cinco cervejas. Hemídio comemora mais um título para sua coleção. Eduardo de Castro comemora a saída da última posição do primeiro turno e sua classificação geral em terceiro lugar. Mas nem tudo é alegria ... Gustavim Hqopihawdljbnsy lamenta mais uma posição phonal, sem fazer sequer UM PONTO no segundo turno! E o choro maior! A derrocada mais sentida! Radesh, o grande Radesh, o outrora imbatível Radesh! O Radesh que detinha junto com Eduardo de Castro a primazia de jamais ter pisado na lama phonal! Pois bem, esse mesmo Radesh é o semi-phona da competição! E além das três geladas de praxe ainda pagou a cerveja PPP (perdi para o phona) pela derota contra Gustavim Hqopihawdljbnsy no primeiro turno.

A câmera vai se afastando, Radesh pega seu capacete, sua mochila e cabisbaixo segue para sua motocicleta. Ao fundo aquela musiquinha tema do Incrível Hulk: tiu-riu-riu-riu, tiu-riu-riu-riu ...



Bem, amigos do botão, eram essas as imagens que eu gostaria de passar a todos! Quem sabe, nas mãos (belo blefe, operário) de um diretor da estirpe de um Coppola, Lucas ou Cameron, talvez desse um bom filme ... To be continued!



Eduardo de Castro

segunda-feira, 24 de maio de 2010

Rodada de 22 de maio de 2010







Contos da 1001 Tardes de Botão!



Era uma vez, num bar muito, muito, distante, havia um pobre jogador de botão que sonhava um dia ser campeão. O nome desse rapaz era Djan Peruca, mais conhecido pelas meninas como o Gato Sapateiro, que vivia maltratado pelos seus malvados meio-irmãos, Régis Bolacha e Magá Tricollor! O coitado Djan Peruca jogava, jogava, perdia, perdia, era phona dia sim, dia também! O miserável já não aguentava mais ficar inventando desculpas para não participar dos campeonatos. Era uma viagem aqui, um encontro com uma cutruvia ali ... Já estava ficando chato e dando na vista dos demais jogadores.

Um belo dia Djan Peruca estava em mais uma obrigação escrava imposta pelos seus malévolos meio-irmãos quando deu uma topada num botão minúsculo, em desbotadas cores preto-branco-vermelho! Não, não era o Richarlysson, símbolo máximo da masculinidade são-paulina ... Sem querer, Djan topara com o botão mágico Kit Rolla, o qual diante do impacto, liberou o gênio operário do botão, Ali Edson Ben Guevara, que disse:

- “Companheiros, livre, finalmente livre! Depois de 1000 anos aprisionado pela elite capitalista dentro desse botão, sofrendo as humilhações semanais de ser phona e semi-phona, enfim posso desfrutar de minha revolucionária liberdade!”

Espantado com a aparição do gênio, Djan Peruca indagou?

- “Peraí, você não é o gênio do botão?”

- “Sim!”, respondeu Ben Guevara.

- “Então você me deve 3 desejos, já que fui eu que te libertei da opressão imperialista!”

O gênio Ali Edson Ben Guevara estrebuchou, reclamou, ameaçou, mas não podia ir de encontro ao código dos gênios aprisionados em lâmpadas e botões.

- “Tudo bem”, disse o gênio, “mas como a inflação está corroendo até a moeda dos Estados Unidos, então terás direito a apenas UM desejo! Anda, avexa, macho, faz logo o teu pedido que eu tenho uma plenária da cúpula do PCB ainda hoje!”

Djan Peruca pensou um pouco ... Era tanta coisa para pedir: eterna vingança contra os meio-irmãos Régis Bolacha e Magá Tricolor; um salão de beleza para sua namorada; um tênis novo, vez que o antigo havia sido escondido pelos meio-irmãos; um garçom que atendesse imediatamente os pedidos no Maria Bonita; um título do Flamengo que não fosse roubado e ganho efetivamente dentro de campo ...

Mas uma coisa lhe daria maior alegria: ser campeão de botão no Maria Bonita!

E esse foi o pedido:

- “Gênio, eu quero se campeão de botão do Maria Bonita no próximo sábado!”

O gênio tossiu, engasgou-se, verteu lágrimas dos olhos, mas desejo é desejo, e não haviam requerido nada tão difícil assim desde quando o Malla pediu para deixar de ser chato e o Joaquim pediu para enxergar direito!

O que fazer?

Implodir o Maria Bonita? Não, iam mudar o campeonato para outro lugar e Djan Peruca seria phona do mesmo jeito ...

Quebrar os braços de todos os competidores? Também não, pois assim não teria campeonato e o título de campeão solitário não seria aceito, apesar de certo título tapetão ainda estar sendo questionado na confraria ...

Subtrair uma qualidade (chute, toque de bola, agilidade, ...) de cada competidor e inserí-las no Djan Peruca? Também não ia funcionar, afinal, um time que tem o Leonardo di Caprio de centro-avante não pode ir a lugar nenhum ...

E o gênio teve uma idéia brilhante: a trave do adversário iria triplicar de tamanho em cada chute do Djan Peruca! Perfeito! Na hora do chute, a trave aumenta e ... é goool!

E assim o gênio procedeu, certo de que sua idéia era infalível, indo tentar, pela milionésima vez, dar um jeito no som do palco de seu bar às margens do rio Leite Albuquerque ...

No dia do campeonato, Djan Peruca chegou cagando a maior goma dos últimos 1000 anos, frescando com o Hemídio, o Eduardo, o Dadal, o Radesh, o Joaquinho, já apontando, inclusive, o dono do bar como o provável phona, real ou moral, daquela competição!

E começa o torneio!

Primeiro jogo: Eduardo 7 x 6 Djan Peruca, com 2 gols do arqueiro Élcio Pitombeira!

Segundo jogo: Radesh 9 x 8 Djan Peruca, com 7 gols de unha do Radesh!

Terceiro jogo: Joaquim 5 x 4 Djan Peruca, com o Piu-Piu marcando todos os gols do Looney Tunes!

Quarto jogo: Dadal 6 x 5 Djan Peruca, onde Dadal virou o jogo nos últimos 5 minutos, pondo em campo a equipe do Vasco da Gama em substituição ao Espalha-brasa que perdia até aquele momento por 4 x 0 ...

E Djan Peruca foi eliminado na fase classificatória em último lugar de sua chave! E na disputa phonal ainda perdeu para Gustavim Hqayrtsazirgdtafst por 1 x 0, resultado obtido após a maior “cachôpa” do século XXI ...

As lágrimas não puderam ser contidas. Djan Peruca confiara tanto no gênio operário Ali Edson Ben Guevara e, no fim, seu único pedido não fora atendido. Melhor seria se tivesse pedido para o Flamengo não perder para o Ceará, na Série A ... A gozação geral perdurou até bem depois das cervejas phonais, sob as cruéis pilhérias de “mamãe”, "phona eterno" e outros epítetos menos elogiosos ...

O botão Kit Rolla foi esmigalhado por Djan Peruca ainda naquela madrugada!



Moral da História: Se não dá para confiar num operário Presidente da República, o que se dirá de um gênio operário do botão, fantasiado de burguês dono de bar e ainda por cima BI-phona moral da competição!

quinta-feira, 13 de maio de 2010